sexta-feira, 29 de agosto de 2008

OQO, livros novos

Lembram-se das serigrafias da garagem do Lucas? As ilustrações serigrafadas eram para fazer um livro da OQO, que foi lançado em Espanha recentemente. "Macario, Dromedario" (é como se chama o livro) foi editado em castelhano e galego e faz parte de uma trilogia assinada por "Rachel Chaundler (texto) & Bernardo Carvalho (imagens)".

Os primeiros livros da série são o "Mariluz, Avestruz" e o "Rita" e já estão editados em castelhano, galego, catalão, português, inglês, francês e italiano (acho que são essas as línguas mas sinceramente já não sei muito bem).
Eu também tive o prazer de ilustrar um livro para a OQO que se chama "Quen levou a Lúa" (editado também em espanhol e galego) e que é a história de Kipa, um lobito que queria uivar como os lobos grandes da alcateia.



segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Abcd - Antes das novidades


Agosto foi o mês "antes das novidades".
Aqui fica um desenho a lembrar que ainda aqui estamos — a trabalhar, como as formiguinhas (para preparar tudo para os meses que aí vêm).

Em Setembro (para além de já cá termos a Isabel, a nossa escritora profissional) vai haver muito que contar.
Este silêncio tem os dias contados.

sábado, 2 de agosto de 2008

Elogio do Leve


"Penso nas férias, quando saímos do ninho, justamente.
Saber partir, saber que podemos viver como nómadas, isso aprende-se quando somos pequeninos. Partir “leve”, sem a varinha mágica, nem os três pares de sapatos… foi uma coisa que aprendi com a minha mãe.
Até aos quinze anos, passava férias numa casa na Bretanha que tinha a particularidade de ser na praia e de medir dois metros por três! Foi o meu pai que a construiu. Na realidade era uma grande cabana de praia para nós os cinco: duas camas de beliche em baixo, três camas no sótão, uma mesa com um Camping Gaz… e era tudo. Sem electricidade e com a torneira de água fria e as casas de banho na praia.
De manhã abríamos a porta e a primeira coisa era… “Onde está o mar?”.
Se a maré estava cheia, bebíamos a nossa taça de chocolate com os pés na água. Se estava baixa, corríamos na nossa sala de um quilómetro quadrado, lavada todos os dias pela maré.
A casa de férias menos cara do mundo, e durante três semanas, a felicidade total!
Nem vale a pena dizer que em vez de malas, tínhamos três t-shirts, três cuecas, um pullover quentinho e um par de botas arrumado debaixo do beliche. Todas as manhãs uma fileira de cuecas secava na ameixoeira mais próxima…
Aprendi de pequenina que podemos viver em qualquer lado do mundo, com muito pouco.
Sentir que somos capazes de ser felizes assim, liberta-nos.
Saber que podemos viver quase como os pássaros do céu, eis algo formidavelmente tranquilizador.”
Agnès Rosenstiehl


Agnès Rosenstiehl escreveu e ilustrou centenas de livros para crianças. É a autora da famosa Mimi Cracra, a personagem que ganhou vida nas páginas da revista Pomme d'Api (penso que nos anos 70) e que deu, depois, origem a uma extensa colecção de livros traduzida para muitas línguas.
O texto que escolhi para encerrar a saison ("saison de trabalho", não a silly saison, essa só agora vai começar) foi publicado num suplemento para pais da revista pomme d’Api, onde Rosenstiehl (a propósito das crianças de hoje) escreve uma série de "elogios", a lembrar algumas das coisas importantes da vida.
Para além deste "elogio do leve", onde partilha as memórias das suas férias de Infância, escreveu ainda o "elogio do menos", o"elogio do verde"... e outros que agora não me lembro igualmente bonitos.
PS: A tradução do francês (livre, muito livre) é minha. Espero ter sido minimamente fiel ao original...

Como diziam no blogue da Pó dos Livros: se este blogue ficar ao abandono a culpa é da Yara e do Bernardo.
Abraços, bom Verão!