terça-feira, 30 de setembro de 2008

Dia Mundial da Arquitectura


A Ordem dos Arquitectos decidiu este ano envolver as crianças nas comemorações do Dia Mundial da Arquitectura, desafiando as instituições com Serviços Educativos a integrarem o tema nas suas actividades. A ideia é "despertar nas crianças o gosto e o sentido pela Arquitectura, fornecendo-lhes as ferramentas para observarem, participarem e contribuírem de uma forma activa para um meio ambiente melhor".
Ainda a propósito deste dia, será colocado on line material didáctico para utilização em casa, com os amigos ou na própria escola.
Mais informações aqui e aqui.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

De Beja, doces histórias...


A Casa de Chá das Maltezinhas fica numa rua que parte das traseiras da Biblioteca de Beja (essa biblioteca mágica que dispensa apresentações).
Nas Maltezinhas, os pastéis têm uma espessura de nata de dois pisos e é difícil ficarmo-nos por apenas uma unidade. A primeira é de espanto, a segunda de confirmação... a terceira é só para cépticos, corajosos ou gulosos (como eu).

Tinha estado nas Palavras Andarilhas há muitos anos, de fugida, por isso, esta ida a Beja foi como se fosse a primeira.
A Cristina Taquelim merece uma daquelas condecorações dadas pela Presidência da República, tal é a qualidade do encontro que organiza, a forma gratuita com que faz a coisa e o modo muito especial de receber os visitantes.
(Adorava ter gravado a leitura do poema "O Brincador", de Álvaro Magalhães, dito por ela, para aqui partilhar. E também as histórias de Zé Craveiro, esse tentugalês que, para além de histórias, percebe de pastéis... Mas deu-me a preguiça para as novas tecnologias.)
...
Chegada de Beja, são outras as histórias: orçamentos, textos quase técnicos, tarefas com pouco açúcar e poesia.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Exposições nas Palavras Andarilhas

Para além de um programa imenso de oficinas, palestras, maratonas de contadores, actividades para escolas, mostras de cinema... e tanta, tanta coisa interessante que o mais difícil vai ser escolher, as Palavras Andarilhas também vão ter expostos originais de alguns álbuns ilustrados.

Quem quiser ver em formato maior e emoldurado as ilustrações dos livros "O Mundo num Segundo" (Bernardo Carvalho) e "O Meu Vizinho é um Cão" (Madalena Matoso), tem mais um motivo, entre dezenas de outros igualmente bons, para visitar esta bela cidade alentejana.



Bernardo Carvalho, Planeta Tangerina 2008




Madalena Matoso, Planeta Tangerina 2008


Para além destas exposições "made in Planeta Tangerina", estarão ainda expostos os originais do livro "Vencer os Medos" (João Paulo Cotrim e vários ilustradores), "Caixas para contar histórias" (Joaquim Cunha) e "Scriptorium Movel" (João Lizardo).


Todo o programa no blog das Andarilhas aqui.
Preparem-se porque a dificuldade é mesmo escolher onde parar.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

E levante-se o véu...

Depois de meses de incubação, os livros que temos estado a preparar chegaram finalmente da gráfica. São dois, um par simétrico, um par oposto: o primeiro é um livro construído totalmente com tipografia, servindo as letras que o compõem para nos trazer não apenas texto (como é mais habitual), mas também imagens; o segundo é um livro praticamente sem letras... a não ser o texto legal e "obrigatório", este livro dispensa todas as restantes palavras, recorrendo apenas às imagens para contar a sua história.


Trava-línguas, Recolha: Dulce de Souza Gonçalves, Ilustrações: Madalena Matoso, Planeta Tangerina 2008


Um Dia na Praia, História e Ilustrações: Bernardo Carvalho, Planeta Tangerina 2008

Ambos os livros estarão à venda durante o "Encontro Palavras Andarilhas" que arrancará já esta 4.ª feira na cidade de Beja. Por enquanto esta será uma venda "em exclusivo", mas daqui a poucas semanas chegarão às restantes livrarias, primeiros às mais pequenas, depois às maiores, como tem vindo a ser nosso costume.

O Planeta Tangerina estará representado nas Palavras Andarilhas pela "Bichinho do Conto".

Estas são as capas, em breve revelaremos mais miolo...

Ainda as hipérboles...

Ainda bem que o projecto das hipérboles está a deixar toda a gente entusiasmada. Para além das sugestões que temos recebido via blog, têm-nos chegado também algumas por e-mail e, pela extensão de algumas listas, começo mesmo a desconfiar que não sou a única a ter ficado obcecada com o tema... Vamos cozinhar todo este material e daqui a algumas semanas revelaremos finalmente para que fim. Obrigada, mesmo, a todos os que têm contribuído.

Mais logo, temos mais novidades...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Contra a "grande invasão", marchar...


Vem aí mais um Dia Europeu sem Carros e a respectiva Semana Europeia da Mobilidade, durante a qual as Câmaras Municipais se desdobram em iniciativas para a promoção do uso de transportes públicos e/ou não motorizados nas nossas cidades.

Por estas bandas, pelo que ouvi dizer, já está marcada uma emocionante manhã sem carros na marginal, desafiando os munícipes para desempoeirarem bicicletas, triciclos e patins e mostrarem o seu empenho em serem cidadãos verdes e saudáveis.
Eu até sou capaz de ir. Porque estas iniciativas têm piada, mas é mesmo só isso que têm: piada. Proporcionam uma vivência do espaço invulgar, põem-nos a sonhar com cidades mais verdes e simpáticas, mas a manhã passa e os carros continuam a passar, ultrapassar e, muitas vezes, a tomar o nosso lugar nas ruas.

Aqui no Planeta Tangerina falamos disso muitas vezes. E, apesar de não termos por hábito jogar no Euromilhões (só de vez em quando quando há aqueles jackpots a que ninguém resiste), já combinámos que, se algum dia ganharmos uma quantia desta dimensão, será directamente canalizada para o negócio das implosões.
Gastaremos cada cêntimo a mandar implodir edifícios feios, bairros desordenados, quarteirões caóticos e concentrações anormais de prédios. Claro que tudo isto implicará gastar muito dinheiro nas indemnizações a câmaras, construtores e moradores (e daí o Euromilhões...).

No lugar de cada um destes quarteirões implodidos nascerão praças, parques e jardins, passeios, ruas sem trânsito... espaço, portanto, para podermos andar com os pés no chão (ou nos pedais) sem medo de morrer.

Quando pensámos o livro "A Grande Invasão" era tudo isto que pedíamos: cidades melhores, com espaços para brincar na rua, andar de bicicleta, passear bebés nos carrinhos. Cidades sem invasores que trepam passeios, invadem pracetas e tomam conta da nossa vida quase sem darmos por isso.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sempre que brilha o Sol

Para as mães, tias e amigos que andam à procura e não encontram:
O artigo sobre o Planeta Tangerina na revista Tabu, do jornal Sol desta semana.

Estamos nas páginas 22 e 23 (a seguir à Britney Spears e antes da Cindy McCain).
NOTA: o artigo já não se encontra online!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Hipérboles procuram-se

Depois dos arcaísmos e das catacreses, chegámos às hipérboles.
Procuramos expressões do tipo "Surdo como uma porta", "Gordo como um pote" ou "Mais velho que a Sé de Braga"...
Ainda não podemos dizer qual será o destino desta recolha, mas posso adiantar-vos que é para um projecto que o Planeta Tangerina está a preparar para o novo ano. Tchiii... já disse tanto!
A nossa lista já vai longa, mas agradecemos todas as ideias que a possam aumentar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Perdidos e achados



Aí por volta dos meus 16 anos fiz uma grande limpeza às prateleiras do meu quarto. Delas varri quase todos os vestígios da minha infância e isso incluiu, obviamente, livros.
Quase todos os livros, os meus e os da minha irmã, foram então atirados, sem dó nem piedade, nem ponta de saudade para vários caixotes de cartão onde ficaram à espera que fosse ditada a sua sorte... Aos 16 anos, todos os vestígios que nos dizem que já tivemos 6, 8, 10 e 12 anos são provas a apagar. E os meus livros, por muito que gostasse deles, deixaram de fazer sentido.

Resolvi então (muito filantrópica) oferecer os meus livros aos meninos da Enxabarda, a aldeia da minha avó, escondida entre serras, ali para os lados do Fundão.
Fiz lá chegar os caixotes, a achar que ia fazer uma revolução cultural na terra. Mas o tempo passou e, apesar dos esforços, a coisa demorava a organizar-se. Soube que já havia prateleiras, que havia muitas outras pessoas a dar livros, que os livros estavam até a ser catalogados, mas depois deixei de saber... e pensei que a biblioteca não tinha tido força para arrancar.



Os anos foram passando, deixei de ir tantas vezes à Enxabarda como no tempo das férias grandes. De vez em quando perguntava pelos livros, mas a certa altura perdi-lhes o rasto... pensei que se tinham dispersado (o que até não tinha mal nenhum).
Só que este ano tive uma supresa: ao lado da casa da minha avó, onde entretanto construíram um Centro Cultural e Recreativo, há agora uma sala onde os mais pequenos ocupam o tempo nas férias do Verão. Espreitei por curiosidade... e foi então que os vi: os meus livros (os meus queridos livros) estavam todos ali, ainda eram vivos e respiravam!
Os da "Anita", os do "Teo", os do "Hopi", os da colecção "ABC" e todos os outros, entretanto esquecidos, e que se acenderam na minha cabeça mal lhes pus a vista em cima.
Corri a fotografá-los: "a minha irmã tem que ver isto", pensei...

Mas, na verdade, não têm nada de especial "como livros": nem ilustrações extraordinárias, nem aquele charme que se descobre em qualquer coisa que não se via há muito tempo. Há alguns textos bons (como os de "Contos no Jardim", de Mª Isabel Mendonça Soares), mas há, sobretudo, muitos exemplares de envergonhar qualquer pessoa. Um livro da Sarah Kay, por exemplo. E como eu gostava dele...

Por razões de ordem estética, não mostro aqui os piorzinhos (o pessoal aqui do Planeta matava-me se pusesse aqui uma imagem dessa capa, por exemplo). Mas a fotografia já cá canta, para quando quiser matar saudades...


Reparem como esta mini-biblioteca, entretanto formada, é tão eclética: ao lado da Colecção "Uma Aventura" figuram obras como as "Memórias da Irmã Lúcia" ou "Intervenções e Reparações do Automóvel".

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Pê de Pai e os meninos dos Açores

A qualidade da imagem e do som podem não ser as melhores, mas não podíamos deixar de mostrar aqui a sessão de animação em torno do livro "Pê de Pai", orientada por Cristina Taquelim, algures nos Açores.

Ficamos babados, então não havíamos de ficar...



A música, supomos nós, foi inventada pela própria Cristina... e resulta na perfeição.

Descobri agora que a escola em questão é a EB1/JI dos Altares, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Obrigada meninos! Obrigada Cristina.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A propósito de viver a sabor


Há dias em que nos apetecia mesmo dormir debaixo de uma grande árvore.

(frase e imagem do Livro para Todos os Dias — Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Viver a sabor

Os arcaísmos são as palavras e as locuções que já não são usadas ou que o são apenas muito raramente. A propósito de um projecto que temos estado por aqui a pensar, tenho-me cruzado com algumas destas palavras, a fazer lembrar avós que já morreram, outros tempos e lugares. Devo dizer que fiquei encantada (ora aqui está uma palavra que, pelo andar da carruagem, não tarda a transformar-se num arcaísmo) com algumas destas palavras...
Vejam só:

Asinha (depressa): Vai asinha buscar água!
Falar a sabor (gracejar): O rapaz fala a sabor...
Trigoso (apressado): Que trigoso que ele vai, onde irá?
Gamanho (janota): Olha o gamanho, olha, olha...
E esta, que é a minha preferida, "Viver a sabor", que significa seguir sempre apetites e vontades. Haverá quem ainda viva assim?
Se a expressão está prestes a perder-se, é caso para duvidar...

Estamos muito filosóficos, lá isso estamos...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Curso de Pós-graduação em Literatura Infantil

Já abriram as inscrições para a nova Pós-graduação em Literatura Infantil que vai decorrer este ano na Universidade Católica.
Com coordenação pedagógica de Dora Batalim e José Alfaro, este curso pretende responder às lacunas de formação em relação ao livro infantil sentidas por todos aqueles que, de uma forma ou de outra, lidam com este objecto/produto/ser/no qual se cruzam tantas áreas de saber.
Este curso promete "contemplar o estudo do livro infantil de um ponto de vista abrangente, em vez de extrair dele apenas uma das suas componentes" e "combinar saber teórico com um aprendizado tendencialmente prático". Ou seja, não se vai falar apenas de literatura, mas de ilustração, design, edição, promoção da leitura etc... e vai haver muitos seminários, o que é sempre bom. O Planeta Tangerina também vai lá estar!

Todo o programa e mais detalhes aqui.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Um olá para a Bruaá

Fica-nos muito mal não termos ainda falado aqui da Bruáa. Porque é uma editora nova em Portugal, porque se dedica à edição de álbuns ilustrados e (sobretudo) porque tem seleccionado criteriosamente os livros que tem vindo a publicar, escolhendo editar "pouco mas bom", um lema que devia ser adoptado por todas as casas de edição do planeta (a bem do ambiente, dos nossos olhos e cabeças).

Até ao momento foram apenas dois os livros publicados pela Bruaá mas, perdoe-se-me a indelicadeza, apenas dois conseguem já dar dois a zero a muitos quilómetros de prateleira de livraria por esse país fora (hoje estou terrível, desculpem).

O primeiro "A árvore generosa" é um verdadeiro clássico, um livro intemporal que há muito merecia uma edição portuguesa (a edição original é de 1964). Com textos e ilustrações de Shel Silverstein, esse homem da escrita e da ilustração que tinha o dom de fazer extraodinariamente bem as duas coisas, "A árvore generosa" conta a história da relação entre um menino e uma árvore e de como essa relação se vai alterando à medida que o menino cresce.


O segundo livro "Eu espero", de Davide Cali e Serge Bloch (editado na versão original pela Sarbacane) é também uma aposta fora do comum. Por ser um álbum ilustrado que não se destina exclusivamente às crianças, por ser original no tema escolhido (e na forma poética como este tema é abordado) e também por ser uma surpresa a nível gráfico: um fio encarnado atravessa as ilustrações de uma página a outra, ligando os diferentes acontecimentos.


Com tudo isto, queríamos dizer olá à Bruaá, agradecer-lhe as boas escolhas... e dar-lhe as boas-vindas na nossa lista de links aqui à direita.

A Bruaá pode ser visitada aqui.
Para conhecer melhor o trabalho de Shel Silverstein é seguir por aqui.
E para visitar o site do ilustrador Serge Bloch (obrigatório!) é virar já aqui.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Música Electroacústica


Quando nos ligaram há uns meses a falar da hipótese de transformar um dos livros do Planeta Tangerina numa peça de música electroacústica, não fazia ideia de que mundo musical me estavam a falar. E a verdade é que passados todos estes meses, continuo sem saber...

Sou um péssimo exemplo em matéria musical: morro de vergonha dos meus CD's do século passado, não tenho leitor de MP3, não compro músicas pela net.
Tenho pena, mas poucas desculpas porque ainda por cima tenho o exemplo contrário, todos os dias, aqui mesmo à minha frente (a Madalena, essa Dj interplanetária).

Deambulações à parte: apesar de a música electroacústica continuar a ser para mim um mistério, a verdade é que este projecto foi mesmo para a frente.
José Luís Marques Ferreira transformou em música o livro "Uma Mesa é Uma Mesa" e a peça vai ser apresentada em estreia absoluta no CCB, no dia 23 de Setembro. Depois repete até dia 27.
Lá estaremos (sem espirrar, nem tossir), a ouvir, muito orgulhosos.

Mais informações sobre o projecto do Teatro Electroacústico aqui e aqui.

Ilustrações: Madalena Matoso, "Uma Mesa é uma Mesa. Será?", Planeta Tangerina 2006

Mais um regresso às aulas

Aqui no atelier ainda contamos os anos à moda antiga, ou seja pelo ano escolar que se inicia. É assim porque ainda sentimos próximos os anos de escola (ai que mentira...), mas sobretudo porque temos muitos trabalhos que têm que estar prontos a tempo do arranque do ano lectivo (ou do Natal), o que implica escrever muito em Março, Abril e Maio e ilustrar muito em Junho, Julho e Agosto.
Eu consigo ir de férias quando as escolas também fecham, mas os meus companheiros de estrada ficam aqui a bulir quando os termómetros sobem. Este ano, o calor não chegou para o Bernardo ir à despensa buscar a sua mega ventoinha e pô-la a girar no seu cada vez mais arrumado gabinete (ainda bem, senão teríamos tido um furacão de folhas de papel a fugir pelo corredor)...

Tudo isto para dizer que as férias chegaram ao fim e cá estou para mais um regresso às aulas.
Iupi!