sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

BolognaRagazzi Award: já há vencedores

Belo som tem a palavra ragazzi...
Então parece que o júri bolonhês já fez as suas escolhas.
Antonio Faeti, Leonard Marcus e Cristina Paterlini seleccionaram as obras distinguidas este ano com um dos mais prestigiados prémios de edição na área infanto-juvenil.
E os vencedores foram:



- Editora Media Vaca (Espanha), com o livro "Robinson Crusoe", na categoria Fiction.



- Editora Seuil Jeunesse (França), com " Le livre des terres imaginées", na categoria Non-Fiction.


- Editora Ekaré (Venezuela), com "El Contador de cuentos", na categoria New Horizons (distingue obras que chamam a atenção para outras culturas).



- O vencedor na nova categoria Opera Prima (que distingue um novo autor e/ou ilustrador) foi a editora inglesa The Templar Publishing, com "Mr. Peek and the Misunderstanding at the Zoo", com texto e ilustrações de Kevin Waldron.

Também houve Menções Honrosas. Podem ser descobertas aqui.

+ prémios


Já que falamos de prémios / distinções / selecções, a notícia já não é bem uma novidade mas aqui fica:
ABC Cercasi de Gwénola Carrère (da Topipittori) é um dos 5 vencedores do concurso CJ 1st Picture Book Festival.
A lista completa dos vencedores está precisamente aqui. (este "aqui" — só possível na rede — dá imenso jeito. Imagino que quem escreve em papel, se pudesse, também recorria aos "aquis" que vão dar a algum lado. Fazem lembrar passagens secretas.)

Para além dos livros e ilustradores vencedores, houve uma lista de 100 publicações e 50 ilustrações seleccionadas onde tínhamos 2 representantes portugueses: André Letria e Margarida Botelho.

Para fechar a notícia e apesar de não ser muito a propósito, um belo cartaz da ilustradora Gwénola Carrère.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Novidades editoriais


Espreguiçam-se os ursos, avisando que a Primavera está próxima.
Lá fora (fora da caverna onde sempre dormem os ursos), já as árvores rebentaram, as flores encheram os caminhos, as abelhas vão zumbindo a caminho da colmeia (os ursos devem estar esfomeados, pensam elas com afinco).

Tudo isto para dizer que também aqui, no Planeta Tangerina, sentimos na pele o ritmo das estações: depois de alguns meses a trabalhar de barrete e anorak, com vontade de hibernar feitos ursos, não só aguardamos com ansiedade a nova estação, como até nos organizámos para a receber comme il faut.

Assim, no dia em que o sol, no seu movimento anual aparente, atingir o ponto vernal (também conhecido por equinócio), entrarão na gráfica as duas primeiras novidades editoriais de 2009.
No início de Abril, estarão cá fora, saltando como coelhos, o álbum "Andar por aí" e o primeiro livro da colecção "Histórias Paralelas" que talvez venha a chamar-se "As Duas Estradas".
Esta colecção reúne algumas ideias que teimosamente não nos largam e que encontram no tempo e no espaço pontos comuns que resolvemos arrumar nesta nova pequena família de livros (provavelmente serão 3).

Entretanto, enquanto o sol não cruza o plano do equador celeste, daremos tempo ao tempo. Daqui a poucas semanas, no dia exacto em que os dias forem tão longos como as noites, estaremos a dar à estampa ali para os lados de Mem Martins.
Até lá, há que trabalhar com afinco, como fazem as abelhas...

Ilustração: Madalena Matoso

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Havaneza está de volta



A Havaneza é talvez uma das mais antigas tabacarias de Oeiras (não tenho provas, mas a fachada tem cara disso).
Trabalhamos praticamente por cima do seu tecto e, quando nos mudámos para o Largo, era na Havaneza que comprávamos os jornais e as revistas.
Mas depois a Havaneza fechou: primeiro para quinze dias de férias, depois para umas férias sem fim.
Esta semana assistimos ao seu regresso, com nova gerência e livros a metade do preço (herdados dos antigos proprietários) que vale a pena espreitar.
Os nossos, do Planeta Tangerina, não estão com desconto, mas tiveram direito a espaço de montra...
Mais um "ponto de venda", entre os muitos especiais com os quais temos o prazer de trabalhar.

À Havaneza, boa sorte.

Caixotes que nos fazem felizes



Chegaram há poucos dias as versões em castellano e gallego do nosso "Pê de Pai". A Kalandraka já tinha dado aqui notícia, brindando-nos também com a oportunidade de ver o Bernardo com um verdadeiro sorriso à surfista....

Esta semana chegou-nos também o caixote made in italia com alguns exemplares do recém-impresso "Quando sono nato". A edição, irrepreensível, é da Topipittori, editora pequena mas das muito honradas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A propósito de peixes


Sobre peixes grandes e pequenos, e sobre esse imenso oceano onde nadam editoras e autores, fala Maria do Rosário Pedreira neste interessante artigo publicado no Blogtailors.

(ilustração de Bernardo Carvalho)

Vamos a votos


Já começaram as votações do público para os prémios LER/BOOKTAILORS.
Vota-se aqui.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

hut tail fish gloriumptious

A Anorak (de que a Isabel já aqui tinha falado) está a  organizar um concurso para homenagear "the mighty Roald Dahl", o mestre das palavras (como eles lhe chamam).

O desafio é simples: criar uma história com pelo menos 30 palavras sendo que 4 delas devem ser obrigatoriamente hut, tail, fish e gloriumptious.

O primeiro prémio é, entre outras coisas, uma entrada "delux" no premiado Museu Roald Dahl.
Agora, não percebi se, para nós que não vivemos ao pé do Museu, o prémio inclui a viagem até lá, ou não... (mas hut tail fish gloriumptious, são 4 belas palavras que vale a pena saborear).

A Criança e a Arte

No próximo dia 26 de Fevereiro, às 17h30, no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva (Praça das Amoreiras, 58), a artista Fernanda Fragateiro, a historiadora e crítica de arte Ana Ruivo e os professores Jorge Crespo e Paulo Pires do Vale apresentarão o novo curso de Mestrado "A criança e a arte" da Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich, que procurará aprofundar a importância das expressões artísticas na relação pedagógica, para um desenvolvimento integral da criança.

Obrigada à Lucy pela informação.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Coisas em que não corremos o risco de nos tornar

A Scholastic Inc, conhecida editora americana vocacionada para o público infanto-juvenil, está a ser acusada por uma associação de consumidores de usar o seu Clube do Livro para vender nas escolas não apenas livros, mas uma série de outros produtos (supostamente associados), como jogos de vídeo, kits para fazer jóias, produtos de maquilhagem, etc.
Ao que parece, este estranho Clube do Livro é um verdadeiro sucesso, com cerca de 75% das escolas americanas a serem sócias e a receberem todos os meses autênticos folhetos tipo LIDL (ou Dica da Semana) com as mais variadas quinquilharias.



A Scholastic já tinha sido avisada para deixar de promover, nas escolas, livros de pintar das popularíssimas e muito sexy bonecas Bratz, mas pelos vistos o aviso não foi suficiente. Os pais queixam-se agora que os filhos fazem birras para encomendar a tralha promovida nas aulas, a Scholastic defende-se dizendo que os autocolantes ou brinquedos que os livros trazem servem para atrair "leitores não tradicionais", a associação de consumidores que agora alertou para esta situação diz (e com razão) que fazer dos brinquedos isco para os livros é o mesmo que dizer que os livros por si só não valem grande coisa.

As Bratz Dolls

Aqui o desenvolvimento da notícia.
Quando digo "coisas em que não corremos o risco de nos tornar" não falo obviamente das bonecas. Porque nunca se sabe... não é meninas?

Alista-te

Um novo jornal diário (não sei se já tem nome) abriu um concurso para ilustradores. Quem estiver interessado pode ir por aqui.

(obrigada à Ana pela dica)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

um animal

(a passear-se pelo atelier que fizémos com os nenos de Pontevedra)

A caminho


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O raposo

«Está um tempo pavoroso»,
pensa feliz o raposo,
na toca agasalhado
ouvindo o grito da chuva
ampliado pelo tornado.
«Com tão grande ventania
vai à tosquia o folhedo,
caem as maçãs mais cedo...
Amanhã quando for dia
e eu subir ao pomar
cem coelhinhos vou achar
roendo maçãs douradas
às dentadas...
- Bom dia senhor raposo!
- Bom dia, lindos coelhinhos,
tão tenrinhos...
Dá-me mesmo muito gozo
este tempo pavoroso.»


In Fala Bicho, de Violeta Figueiredo, Editorial Caminho, 1999 (Ilustrações de Danuta Wojciechowska)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Três pássaros numa gaiola


Perigosamente próximo de ser dobrado, pisado, amarrotado, esventrado e sei lá eu que mais, encontrei ontem o fantástico "A tale of three little birds", de Bruno Munari, que trouxe das Palavras Andarilhas. Estava perdido e, imagino, confuso, entre a colecção de livros do quarto do Simão que, como é fácil de imaginar, contém alguns exemplares eventualmente chocantes (mas que fazem parte da vida de um rapaz de quatro anos, nada a fazer). Não reparei bem entre que livros repousava o de Munari mas, na melhor das hipóteses, talvez se encontrasse entre "A Charada da Bicharada" e "A Árvore Generosa", e, na pior, talvez dormitasse desamparado ao lado de uma revista das Winx que eu sei também fazer parte da dita prateleira (pois é...).

"A tale of three little birds" faz parte de uma série de livros pensados e construídos por Munari em 1945: álbuns com grandes imagens, encartes e buracos com muitas formas, que fazem do leitor um explorador que espreita, procura, abre, fecha... e em cada instante descobre a possibilidade de novas leituras.
Neste caso, para além da surpresa no modo como a história é revelada- existem três pequenos livros dentro do livro maior, cada um dedicado a um dos pássaros-, a história é também ela uma surpresa: três pássaros (Chiò, Chià e Chì) partilham uma gaiola em casa de um rapaz chamado Charlie. Conhecemos primeiro a história de Chiò que vivia numa árvore e foi recolhido por Charlie após ter sido atingido por um ramo; depois é a vez de Chià, capturada a meio de uma viagem e que vai parar a uma loja de animais (e mais tarde a casa de Charlie); finalmente a história de Chì, o mais pequeno dos pássaros, e que adivinhamos ser já filho de Chiò e Chià: abrimos o seu pequeno livro e duas frases bastam para recebermos um valente murro no estômago: "I haven't got a story to tell. I was born in a cage."

Munari não brinca. Os seus livros são do mais moderno que já se fez e sempre que os abrimos continuam a surpreender.



Lá em casa, no que diz respeito a livros há os "meus", os "teus" e os "nossos". Este é um dos "nossos", mas cheira-me que vai ficar por mais algum tempo na prateleira dos "só meus"...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Inchado que nem um perú

Tem bons e justos motivos para se sentir assim inchado, o nosso mais-do-que-célebre-Bernardo-Carvalho. Já não lhe bastava estar presente (em ambas com dois trabalhos) nas duas shortlists "Melhor Capa Infanto-juvenil" e "Melhor Projecto Gráfico Infanto-juvenil" dos Prémios LER/Booktailors, como surge agora na shortlist de "Melhor Ilustração Original", ao lado de João Fazenda e André Carilho.

Inchado mas não incherido (vai lá ver o que quer dizer esta...).

Uma boa notícia

O Sérgio e Andreia andam pelo país a espalhar a "boa nova" que podem trazer os livros.
Através do blogue O Bicho dos Livros, gosto de acompanhá-los nas suas aventuras e observar como são tenazes a enfrentar as dificuldades que tantas vezes encontram nas escolas (pouca motivação dos adolescentes, turmas agitadas etc). O grande interesse do seu blogue é precisamente este: o de partilhar não apenas os aparentes avanços, mas também os obstáculos, escrevendo "preto no branco" a realidade, sem palavras meigas ou adocicadas.

Felizmente, no Bicho dos Livros também há boas notícias.
Num mês frio, com tantas notícias amargas a entrarem-nos pela casa, alegrei-me com esta.

O próximo sonho de António Prole

Li no Expresso que António Prole, responsável pela Casa da Leitura da Gulbenkian, sonha já com novos encontros. Depois do muito falado (e elogiado) congresso internacional "Formar Leitores para Ler o Mundo", Prole sonha agora "realizar uma conferência sobre leitura mas sem especialistas em leitura". Contem comigo na primeira fila.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quando sono nato


Está a chegar às livrarias a versão italiana do nosso "Quando eu Nasci".
A edição é da Topipittori.

Agora é a sério

Como dizem os seus autores: "Passada a fase experimental, em que mudámos o lay-out da página, o blogue do Curso de Pós-Graduação em Livro Infantil da Universidade Católica de Lisboa arranca em força".
O arranque parece decidido, não percam o entusiasmo.

O link que aqui deixamos, passa também a estar disponível na nossa barra lateral.